
A economia aquecida e o consumo em alta movimentam o País, criam emprego e renda, mas também acabam gerando um volume crescente de lixo e detritos que despertam uma dúvida cada vez mais comum entre os moradores dos centros urbanos: onde descartar uma televisão, um computador, uma geladeira ou uma bateria de celular?
Para organizar essas questões foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que trata, entre outros pontos, da logística reversa, ou seja, como fazer para que o que não é mais utilizado seja resgatado e passe por processos de reaproveitamento, operação que deve abrir novos negócios para a cadeia logística.
Segundo a PNRS, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos (seus resíduos e embalagens), pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes (seus resíduos e embalagens), lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e de mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes são obrigados a estruturar e implantar sistemas de logística reversa. Os prazos para isso acontecer ainda estão em discussão.
Segundo a professora da Universidade de Brasília (UnB) e especialista na área, Patricia Guarnieri, alguns desses resíduos, como é o caso de agrotóxicos, pneus, óleos lubrificantes, pilhas e baterias já possuem iniciativas em operação por terem normas específicas sobre manuseio, descarte e transporte. “Os resíduos e embalagens de agrotóxicos têm um índice de aproximadamente 95% de disposição correta, enquanto os pneus têm um índice de 70%”, diz.
Implantação
No entanto, a implantação da logística reversa enfrenta uma série de gargalos. Patricia diz que um dos principais é a falta de integração de processos logísticos entre os atores envolvidos na gestão de resíduos - fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes - para estruturar os canais reversos, ou seja, os pontos de descarte e os sistemas de coleta e distribuição dos resíduos conjuntamente. “Um dos principais custos da logística reversa referem-se ao transporte, entre 50% e 60%”, calcula a especialista. Porém, a falta de conhecimento da demanda dificulta a organização desses processos.
É nesse ponto que devem surgir oportunidades de negócios para os operadores logísticos. As empresas necessitam encontrar formas de coletar, triar e distribuir esses itens de uma maneira eficiente e economicamente viável. “Muitas preferem concentrar-se em sua core competence por não possuírem know how para realizar atividades de logística reversa. Desta forma, os operadores logísticos que se especializarem neste processo podem oferecer soluções customizadas a cada empresa e se diferenciar perante os concorrentes”, orienta.
Também é importante ressaltar que, de acordo com a PNRS, além da responsabilidade atrelada às pessoas físicas e jurídicas ligadas à fabricação, importação, distribuição, comercialização, limpeza e manejo, cabe também aos consumidores, desde que estabelecido o sistema de coleta seletiva ou de logística reversa, a responsabilidade pela correta segregação e disposição dos resíduos sólidos. “Neste sentido, um aspecto importante é a questão da educação ambiental que deve ser realizada com consumidores e demais envolvidos no processo de revalorização, para que o nível de qualidade dos resíduos e também a quantidade coletada aumente”, diz Patricia.
Cartola – Agência de Conteúdo
Especial para o Terra Fonte: Cartola – Agência de Conteúdo em 11/06/2012Notícia postada pelo portal Logística Total
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